Fonte: http://www.discosdobrasil.com.br/
Tom, Vinicius, Toquinho e Miúcha conseguiram transformar o enorme palco do Canecão numa aconchegante sala de visitas durante quase oito meses de apresentações que alcançaram limites de público e permanência jamais igualados até hoje naquela casa de espetáculos.
O show foi feito em tempo recorde. A idéia nasceu a partir do LP "Miúcha & Antônio Carlos Jobim", lançado no começo do ano de 1977. Em cima disso, o Mário Priolli, dono do Canecão, chamou Tom e Miúcha para fazerem um show lá, e convidou o Aloysio de Oliveira para cuidar da organização e da direção. O Aloysio mandou logo um recado, que achava uma loucura fazer um show só com Miúcha e Tom, baseado no sucesso do disco, que por mais sucesso que o disco fizesse, era um sucesso baseado na Zona Sul, e o Canecão é uma casa muito grande. Surgiu então a idéia de convidar Toquinho e Vinicius, e juntar as duas duplas. A preparação do show foi feita em duas semanas. Toquinho explica como foi desenrolado esse novelo: "Foi uma grande idéia a de formar as duas duplas, por todas as interligações que apresentavam. Aí, começamos a nos reunir para resolver o show, e aconteciam coisas impressionantes, uma verdadeira comédia. Então marcávamos encontro no Plataforma, grande churrascaria do Rio de Janeiro, para falar sobre o show. Começávamos a chegar às duas da tarde, mais ou menos. Aperitivos, vinha o almoço, e as bebidas continuavam. Ficávamos tocando violão, e só. Saíamos às sete da noite, e não se decidia nada. O Vinicius ficava na dele, não se intrometia. Para ele, tudo estava bom, tudo era lindo. Eu vi que não ia dar, pois ninguém entrava direto no assunto. Um dia, então, deixei minha posição bem clara, que Tom cantasse Corcovado, Garota de Ipanema, Água de beber, suas coisas mais conhecidas".
O show deu orgiem a um do LP – lançado pela Som Livre e gravado ao vivo, contendo os melhores momentos daquele show no Canecão. Tudo o que se fazia naquele palco não tinha nenhuma preocupação de inovar, surpreender ou espantar. No entanto, embasbacava. Havia ainda na retaguarda uma tremenda orquestra de sopros, metais e outros sons regida pelo maestro Edson Frederico. Integrando todo esse grupo musical, um coro feminino: as outras três irmãs Buarque de Holanda, Beth, filha de Tom, Aninha, que depois se casou com Tom, Olívia Hime e Georgiana, filha de Vinicius. "Tudo foi uma festa, desde o primeiro ensaio até o último dia. O Canecão lotado o tempo inteiro. Além disso, houve momentos de "canjas" antológicas.", conta Toquinho.
Claro que esse show não se limitou ao Canecão. Em fevereiro de 1978, realizou-se uma temporada de um mês em Mar del Plata, na Argentina. Depois, uma semana no Anhembi, em São Paulo, e, finalmente, o percurso pela Europa: mais de dez dias no Olympia de Paris, sendo que três dessas apresentações contaram com a participação de Baden Powell; uma noite no Palladium de Londres e o giro pela Itália, além de gravarem na Suíça um especial para a TV, considerado o melhor especial do ano. O espetáculo de despedida deu-se no dia 11 de outubro de 1978, em Firenze.
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